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Campinas, São Paulo, Brazil
Psicólogo Clínico Junguiano com formação pela Unicamp, terapia corporal Reichiana, Hipnoterapeuta com formação em Hipnose Ericksoniana com Stephen Gilligan.E outras formações com Ericksonianos: Ernest Rossi, Teresa Robles, Betty Alice Erickson. Formação em Constelação Familiar Sistémica pelo Instituto de Filosofia Prática da Alemanha. Uma rica e inovadora terapia divulgada em toda Europa. Professor de Hipnoterapia, além de ministrar cursos de Auto-conhecimento como Eneagrama da Personalidade e Workshop de Constelação Familiar Sistémica em todo o Brasil. Clínica em Campinas-SP. Rua Pilar do Sul, 173 Chácara da Barra. Campinas-SP F.(19) 997153536

Uma relação de ajuda

Como é bela, intensa e libertadora é a experiência de se aprender a ajudar o outro. É impossível descrever-se a necessidade imensa que têm as pessoas de serem realmente ouvidas, levadas a sério, compreendidas.
A psicologia de nossos dias nos tem, cada vez mais, chamado a atenção para esse aspecto. Bem no cerne de toda psicoterapia permanece esse tipo de relacionamento em que alguém pode falar tudo a seu próprio respeito, como uma criança fala tudo "a sua mãe.
Ninguém pode se desenvolver livremente nesse mundo, sem encontrar uma vida plena, pelo menos...
Aquele que se quiser perceber com clareza deve se abrir a um confidente, escolhido livremente e merecedor de tal confiança.
Ouça todas a conversas desse mundo, tanto entre nações quanto entre casais. São, na maior parte, diálogos entre surdos.
Paul Tournier.

terça-feira, 19 de março de 2013

A Persona

Nossa persona é a forma pela qual nos apresentamos ao mundo. É o caráter que assumimos; através dela nós relacionamos com os outros. A persona inclui nossos papéis sociais, o tipo de roupa que escolhemos para usar e nosso estilo de expressão pessoal. O termo “persona” é derivado da palavra latina equivalente a máscara, e que se refere às máscaras usadas pelos atores no drama grego para dar significado aos papéis que estavam representando. As palavras “pessoa” e “personalidade” também estão relacionadas a este termo.
A persona tem aspectos tanto positivos quanto negativos. Uma persona dominante pode abafar o individuo e aqueles que se identificam com sua persona tendem a se ver apenas nos termos superficiais de seus papéis sociais e de sua fachada. Jung chamou também a persona de “arquétipo da conformidade”. Entretanto, a persona não é totalmente negativa. Ela serve para proteger o ego e a psique das diversas forças e atitudes sociais que nos invadem. A persona é também um instrumento preciso para a comunicação. Nos dramas gregos, as máscaras dos atores, audaciosamente desenhadas, informavam a toda a platéia, ainda que de forma um pouco estereotipada, sobre o caráter e as atitudes do papel que cada ator estava representando. A persona pode, com freqüência, desempenhar um papel importante em nosso desenvolvimento positivo. À medida que começamos a agir de determinada maneira, a desempenhar um papel, nosso ego se altera gradualmente nessa direção.
Entre os símbolos comumente usados para a persona, incluem-se os objetos que usamos para nos cobrir (roupas, véus), símbolos de um papel ocupacional (instrumentos, pasta de documentos) e símbolos de status (carro, casa, diploma). Esses símbolos foram todos encontrados em sonhos como representações da persona. Por exemplo, em sonhos, uma pessoa com persona forte pode aparecer vestida de forma exagerada ou constrangida por um excesso de roupas. Uma pessoa com persona fraca poderia aparecer despida e exposta. Uma expressão possível de uma persona extremamente inadequada seria o fato de não ter pele.
 

domingo, 10 de março de 2013

Sonhos

Os sonhos são pontes importantes entre processos consciente e inconsciente. Comparado à nossa vida onírica, o pensamento consciente contém menos emoções intensas e imagens simbólicas. Os símbolos oníricos frequentemente envolvem tanta energia psíquica, que somos compelidos a prestar atenção neles.
Para Jung, os sonhos desempenham, na psique, um importante papel complementar (ou compensatório). Ajudam a equilibrar as influências dispersadoras e imensamente variadas a que estamos expostos em nossa vida consciente; tais influências tendem a moldar nosso pensamento de diversas maneiras que são com freqüência inadequada à nossa personalidade e individualidade. A função geral dos sonhos é tentar estabelecer a nossa balança psicológica pela produção de um material onírico que reconstitui, de maneira útil o equilíbrio psíquico total.
Jung abordou os sonhos como realidades vivas que precisam ser experimentadas e observadas com cuidado para serem compreendidas. Ele tentou descobrir o significado dos símbolos oníricos prestando muita atenção à forma e ao conteúdo do sonho e, com relação à análise dos sonhos.
Pelo fato do sonho lidar com símbolos que têm mais de um significado, não pode haver um sistema simples ou mecânico para sua interpretação. Qualquer tentativa de análise de um sonho precisa levar em conta as atitudes, a experiência e a formação do sonhador. É uma aventura comum vivida entre o analista e o analisando. O caráter das interpretações do analista é apenas experimental, até que elas sejam aceitas e sentidas como válidas pelo analisando.
Mais importante do que a compreensão cognitiva dos sonhos é o ato de experienciar o material onírico e leva-lo a sério. Segundo um analista junguiano, a importância de tratar nossos sonhos como um amigo, e encara-lo não como eventos isolados, mas como comunicações dos contínuos processos inconscientes. É necessário que o inconsciente torne conhecida sua própria direção, e nós devemos dar-lhe direito de voto idêntico ao do ego, se é que cada deva adaptar-se ao outro. À medida que o ego ouve e o inconsciente é encorajado a participar do dialogo, a posição do inconsciente é transformada daquela de um adversário para de um amigo, com pontos de vista de algum modo diferentes mas complementares.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Símbolos

De acordo com Jung, o inconsciente se expressa primariamente através de símbolos. Embora nenhum símbolo concreto possa representar de forma plena um arquétipo, quanto mais um símbolo harmonizar-se com o material inconsciente organizado ao redor de um arquétipo, mais ele evocara uma resposta intensa, emocionalmente carregada.
Jung está interessado nos símbolos “naturais” que são produções espontâneas da psique individual, mais do que em imagens ou esquemas deliberadamente criados por artista.
Além dos símbolos encontrados em sonhos ou fantasias de um indivíduo, há também símbolos coletivos importantes, que são geralmente imagens religiosas, tais como a cruz, a estrela de seis pontas de David e a roda da vida budista.
Imagens e termos simbólicos via de regra representam conceitos que nós não podemos definir com clareza ou compreender plenamente. Para Jung, um signo representa alguma outra coisa; um símbolo é alguma coisa em si mesma; uma coisa dinâmica e viva. O símbolo representa a situação psíquica do indivíduo e ele é situação num dado momento.

domingo, 25 de novembro de 2012

Arquétipo

Dentro do inconsciente coletivo há estruturas psíquicas ou arquétipos. Tais arquétipos são formas sem conteúdo próprio que servem para organizar ou canalizar o material psicológico. Eles se parecem um pouco com leitos de rio secos, cuja forma determina as características do rio desde que a água começa a fluir por eles. Jung também chama os arquétipos de imagens primordiais, porque eles correspondem frequentemente a temas mitológicos que reaparecem em contos e lendas populares de épocas e culturas diferentes.
Os mesmos temas podem ser encontrados em sonhos e fantasias de muitos indivíduos. De acordo com Jung, os arquétipos, como elementos estruturais formadores que se firmam no inconsciente, dão origem tanto às fantasias individuais quanto às mitologias de um povo. Eles tendem a aparecer como determinadas regularidades; tipos recorrentes de situações e figuras. A situação arquetípica inclui “a busca do herói”, “a viagem noturna no mar” e a “luta para se libertar da mãe”. Figuras arquetípicas incluem a criança divina, o duplo, o velho sábio e a mãe primordial.
A história de Édipo é uma boa ilustração de um arquétipo. É um motivo tanto mitológico quanto psicológico, uma situação arquetípica que lida com o relacionamento do filho com seus pais. Há, obviamente, muitas outras situações ligadas ao tema, tal como o relacionamento da filha com seus pais, o relacionamento dos pais com os filhos, relacionamentos entre homem e mulher, irmãos, irmãs e assim por diante.
Uma extensa variedade de símbolos pode ser associada a um dado arquétipo. Por exemplo, o arquétipo materno compreende não somente a mãe real de cada indivíduo, mas também todas as figuras de mãe, figuras nutridoras. Isto inclui mulheres em geral, imagens míticas de mulheres (tias como Vênus, Virgem Maria, Mãe Natureza) e símbolos de apoio e nutrição, tais como a Igreja e o Paraíso. O arquétipo materno inclui não somente aspectos positivos, mas também negativos, como a mãe ameaçadora, dominadora ou sufocadora. Na Idade Média, por exemplo, este aspecto do arquétipo estava cristalizado na imagem da bruxa.
Jung escreveu que “os conteúdos de um arquétipo podem ser integrados na consciência, mas eles próprios não têm esta capacidade. Portanto, os arquétipos não podem ser destruídos através da integração ou da recusa em admitir a entrada de seus conteúdos na consciência. Eles permanecem uma fonte à canalização das energias psíquicas durante a vida inteira e precisam ser continuamente trabalhados”. Cada uma das principais estruturas da personalidade são arquétipos, incluindo o ego, a persona, a sombra, a anima e animus e o self.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

As Funções: Pensamento, Sentimento, Sensação e Intuição

Jung identificou quatro funções psicológicas fundamentais: pensamento, sentimento, sensação e intuição. Cada função pode ser experimentada tanto de uma maneira introvertida quanto extrovertida.
Jung via o pensamento e o sentimento como maneiras alternativas de elaborar julgamentos e tomar decisões. O pensamento está relacionado com a verdade, com julgamentos derivados de critérios impessoais, lógicos e objetivos. A consistência e princípios abstratos são altamente valorizados. Os tipos reflexivos (aqueles indivíduos em quem o pensamento é função predominante) são os maiores planejadores; entretanto, tendem a agarrar-se a seus planos e teorias, ainda que sejam confrontados com nova e contraditória evidência. Sentir é tomar decisões de acordo com julgamentos de valores próprios, por exemplo, bom ou mau, certo ou errado, agradável ou desagradável (ao invés de julgar em termos de lógica ou eficiência, como no pensar). Tipos sentimentais são orientados para o aspecto emocional da experiência. Eles preferem emoções fortes e intensas ainda que negativas, a experiências normais.
Jung classifica a sensação e a intuição, juntas, como as formas de apreender informações, ao contrario das formas de tomar decisões. A sensação refere-se a um enfoque na experiência direta, na percepção de detalhes, de fatos concretos; o que uma pessoa pode ver, tocar, cheirar. A experiência concreta, tangível, tem prioridade sobre a discussão ou a análise da experiência. Os tipos sensitivos tendem a responder à situação imediata, e lidam efetiva e eficientemente com todos os tipos de crises e emergências. Em geral, eles trabalham melhor com instrumentos e utensílios do que qualquer um dos outros tipos. A intuição é uma forma de processar informações em termos de experiência passada, objetivos futuros e processos inconscientes. As implicações da experiência (o que poderia acontecer, o que é possível) são mais importantes para os intuitivos do que a experiência real por si mesma. Pessoas fortemente intuitivas dão significado às suas percepções com tamanha rapidez que via de regra não conseguem separar suas interpretações dos dados sensoriais brutos. Os intuitivos processam informação muito depressa e relacionam, de forma automática, a experiência passada e informações relevantes à experiência imediata. Pelo fato deles frequentemente categorizarem em termos de material inconsciente, seus pensamentos parecem avançar aos trancos e barrancos.
Para o indivíduo, uma combinação das quatro funções resulta numa abordagem equilibrada do mundo. Jung escreve: “A fim de nos orientarmos, temos que ter uma função que nos assegure de que algo está aqui (sensação); uma segunda função que estabeleça o que é (pensamento); uma terceira função que declare se isto nos é ou não apropriado, se queremos aceitá-lo ou não (sentimento); e uma quarta função que indique de onde isto veio e para onde vai (intuição)”.
Entretanto, ninguém desenvolve igualmente bem todas as quatros funções. Cada pessoa tem uma função fortemente dominante, e uma função auxiliar parcialmente desenvolvida. As outras duas funções são em geral inconscientes e a eficácia de sua ação é bem menor. Quanto mais desenvolvidas e conscientes forem as funções dominantes e auxiliar, mais profundamente inconscientes serão seus opostos.
A tipologia de Jung é especialmente útil no relacionamento com os outros, ajudando-nos a compreender os relacionamentos sociais; ela descreve como as pessoas percebem de maneiras alternadas e usam critérios diferentes ao agir e ao fazer julgamentos. Por exemplo, oradores intuitivos-sentimentais não terão um estilo de conferencia lógico, firmemente organizado e detalhado como oradores reflexivos-sensitivos. É provável que seus discursos sejam divagações, que apresentem o sentido de um tema abordando-o sob vários ângulos diferentes, ao invés de desenvolvê-lo sistematicamente.

domingo, 21 de outubro de 2012

As Atitudes: Introversão e Extroversão

Dentro todos os conceitos de Jung, introversão e extroversão são os mais usados. Jung descobriu que cada indivíduo pode ser caracterizado como sendo primeiramente orientado ou para seu interior ou para o exterior. A energia dos introvertidos segue de forma mais natural em direção a seu mundo interno, enquanto que a energia do extrovertido é mais focalizada no mundo externo.
Ninguém é puramente introvertido ou extrovertido. Jung comparou esses dois processos ao batimento cardíaco – há uma alternativa rítmica entre o ciclo de contração (introversão) e o ciclo de expansão (extroversão). Entretanto, cada indivíduo tende a favorecer uma ou outra atitude e opera principalmente em termos desta atitude.
Algumas vezes a introversão é mais apropriada, em outras ocasiões o é a extroversão. As duas são mutuamente exclusivas; não se podem manter ambas as atitudes, a introversão e a extroversão, ao mesmo tempo. Nenhuma das duas é melhor que a outra. O ideal é ser flexível e capaz de adotar qualquer uma delas quando for apropriado; operar em termos de um equilíbrio entre as duas e não desenvolver uma maneira fixa de responder ao mundo.
Os interesses primários dos introvertidos concentram-se em seus próprios pensamentos e sentimentos, em seu mundo interior. Eles tendem a ser profundamente introspectivos. Um perigo para tais pessoas é emergir de forma demasiada em seus mundos interiores, perdendo o contato com o ambiente externo. O professor distraído, se estereotipado, é um exemplo claro deste tipo de pessoas.
Os extrovertidos envolvem-se com o mundo externo das pessoas e coisas; tendem a ser mais sociais e conscientes do que está acontecendo à sua volta. Eles necessitam proteger-se para não serem dominados pelas exterioridades e alienarem-se de seus próprios processos internos. Jung discute esta tendência em sua descrição de indivíduos orientados para os outros e que se apóiam quase que exclusivamente nas idéias alheias, ao invés de desenvolverem suas próprias opiniões.
 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

História Pessoal Carl Gustav Jung

Carl Gustav Jung nasceu na Suíça a 26 de julho de 1875. Seu pai e vários parentes próximos eram pastores luteranos e, portanto, já na infância Jung foi afetado de maneira profunda por questões religiosas e espirituais. Em sua autobiografia, Memórias, Sonhos e Reflexões, Jung relata duas experiências precoces extremamente poderosas, que influenciaram de forma marcante sua atitude frente à religião. Entre 3 e 4 anos, sonhou com um imagem fálica aterrorizante, em cima de um trono, num quarto subterrâneo. O sonho assediou Jung durante anos. Só muito tempo mais tarde ele descobriu que a imagem era um falso ritual; representava um “Deus subterrâneo”, mais amedrontador porem mais real e poderoso para Jung que Jesus e a igreja.
A segunda experiência ocorreu quando Jung tinha 12 anos. Ele saiu da escola, ao meio-dia, e viu o sol cintilando no telhado e a majestade de Deus sentado, no alto do firmamento, num trono de ouro. Jung ficou então, de súbito, aterrorizado com a direção de seus pensamentos e recusou-se a continuar a pensar nesta linha, que ele sentia como altamente sacrílega. Tentou, por vários dias, suprimir o pensamento proibido. Afinal Jung permitiu a si mesmo completa-lo: ele viu a bonita catedral e Deus sentado em seu trono, lá no alto, sobre o mundo, e por baixo do trono saiu um enorme excremento que caiu sobre o teto da catedral, despedaçando-a e quebrou suas paredes.
De alguma forma pode ser difícil para nós, hoje, imaginar o aterrorizante poder da visão de Jung. Dados o convencional pietismo e a falta de sofisticação psicológica em 1887, tais pensamentos eram são somente inconfessáveis, como também impensáveis. Entretanto, seguindo sua visão, Jung sentiu, ao invés da danação esperada, um enorme alívio e um estado de graça. Interpretou sua experiência como uma prova enviada por Deus para mostrar-lhe que cumprir o seu desejo pode fazer com a pessoa vá contra a igreja e contra as mais sagradas tradições. Daí em diante, Jung sentiu-se distanciar da devoção convencional de seu pai e de seus parentes religiosos. Ele viu como a maioria das pessoas se afasta de uma experiência religiosa direta, permanecendo limitada pela letra de convenção da Igreja ao invés de considerar seriamente o espírito de Deus como uma realidade viva.
Em parte como resultado de suas experiências interiores, Jung sentiu-se isolado das pessoas. Às vezes, ele se sentia intoleravelmente sozinho. A escola o aborrecia; entretanto, ele desenvolveu uma paixão pela leitura, uma ânsia absoluta de ler qualquer recorte de material impresso que caísse em suas mãos.
Na época de entrar na universidade, Jung resolveu estudar medicina mantendo um compromisso entre seus interesses por ciências naturais e humanas. Foi atraído pela psiquiatria como estudo dos “distúrbios da personalidade”; percebeu que a psiquiatria envolvia ambas as perspectivas cientificas e humana. Jung também desenvolveu um interesse pelos fenômenos psíquicos e investigou as mensagens recebidas por um médium local, para sua tese sobre “Psicologia e Patologia dos assim chamados fenômenos ocultos”.
Em 1904, Jung montou um laboratório experimental na Clínica Psiquiátrica e desenvolveu o teste de associação de palavras para diagnóstico psiquiátrico. Neste teste, o sujeito é convidado a responder a uma lista padronizada de palavras-estímulo; qualquer demora irregular entre o estimulo e a resposta é um indicador de tensão emocional relacionada, de alguma forma, à palavra-estímulo. Jung tornou-se também perito em interpretar os significados psicólogos implícitos nas várias associações produzidas. Em 1905, com trinta anos, tornou-se professor em psiquiatria na Universidade de Zurique e médico efetivo na clinica psiquiátrica.
A despeito das fortes críticas apontadas a Freud nos meios científicos e acadêmicos, Jung estava convencido do valor do trabalho de Freud. Enviou a este cópias de seus artigos e de seu primeiro livro The Psychology of Dementia Praecox e, em seguida, Freud convidou-o a ir a Viena. Em seu primeiro encontro, os dois homens conversaram virtualmente, sem pausa, durante treze horas. Passou a haver troca de correspondência semanal depois disso, e Freud chegou a considerar Jung seu sucessor lógico.
A despeito de sua íntima amizade, os homens discordavam em pontos fundamentais. Jung nunca foi capaz de aceitar a insistência de Freud de que as causas da repressão eram sempre traumas sexuais. Este último, por sua vez, ficava sempre apreensivo com o interesse de Jung pelos fenômenos mitológicos, espirituais e ocultos. Os dois homens tiveram um rompimento definitivo em 1912, quando Jung publicou Symbols of Transformation, que incluía sua análise da libido como uma energia psíquica generalizada, assim como outras idéias que diferiam das de Freud. Este rompimento foi doloroso para Jung, mas ele havia decidido permanecer fiel às próprias convicções.
Jung desenvolveu gradualmente suas próprias teorias sobre processos inconscientes e sobre a análise dos símbolos oníricos. Ele chegou a perceber que seus procedimentos para análise dos símbolos oníricos de seus pacientes poderiam também ser aplicados na análise de outras formas de simbolismo que ele tinha uma chave para interpretação de mitos, contos populares, símbolos religiosos e arte.
O interesse pelos processos psicológicos fundamentais conduziu Jung ao estudo das antigas tradições ocidentais da Alquimia e Gnosticismo e também à investigação de culturas não-européias. Jung fez duas excursões à África e viajou para o Novo México a fim de visitar os índios Pueblos. Ele também foi à Índia, onde estudou com dedicação o pensamento hindu, chinês e tibetano.