Na tradição cristã, a idéia de purificação, através da renúncia em consumir sangue, acrescenta-se a de penitencia e expiação. O sangue, símbolo dos impulsos carnais, é considerado como a principal fonte do pecado; a expiação, portanto consistirá em abster-se de beber dessa fonte, em renunciar ao pecado em sua própria origem.
A vida será concentrada unicamente nas fontes espirituais, nas relações com o divino, o não-manifesto. A abstinência, nesse duplo aspecto purificador e expiatório, surge como um caminho para a interioridade. Assim a tradição cristã se encontra com a tradição oriental.
Entre os japoneses, por exemplo, vale como um método de purificação que permite adquirir uma pureza positiva, evitando as fontes de poluição. A pratica desse método diz respeito mais aos sacerdotes do que aos laicos. Consiste na observância de certar proibições: os sacerdotes devem evitar qualquer contato com a morte, a doença e o luto; devem, também, permanecer em casa, longe dos ruídos, danças e cantos, em suma, afastados de todas as atividades exteriores que possam gerar mácula.
Todas essas práticas simbolizam a oposição entre o não-manifesto e a manifestação e, também, a busca do não-manifesto através da concentração.
Fonte. Dicionário de símbolos – Jean Chevalier.
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