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Campinas, São Paulo, Brazil
Psicólogo Clínico Junguiano com formação pela Unicamp, terapia corporal Reichiana, Hipnoterapeuta com formação em Hipnose Ericksoniana com Stephen Gilligan.E outras formações com Ericksonianos: Ernest Rossi, Teresa Robles, Betty Alice Erickson. Formação em Constelação Familiar Sistémica pelo Instituto de Filosofia Prática da Alemanha. Uma rica e inovadora terapia divulgada em toda Europa. Professor de Hipnoterapia, além de ministrar cursos de Auto-conhecimento como Eneagrama da Personalidade e Workshop de Constelação Familiar Sistémica em todo o Brasil. Clínica em Campinas-SP. Rua Pilar do Sul, 173 Chácara da Barra. Campinas-SP F.(19) 997153536

Uma relação de ajuda

Como é bela, intensa e libertadora é a experiência de se aprender a ajudar o outro. É impossível descrever-se a necessidade imensa que têm as pessoas de serem realmente ouvidas, levadas a sério, compreendidas.
A psicologia de nossos dias nos tem, cada vez mais, chamado a atenção para esse aspecto. Bem no cerne de toda psicoterapia permanece esse tipo de relacionamento em que alguém pode falar tudo a seu próprio respeito, como uma criança fala tudo "a sua mãe.
Ninguém pode se desenvolver livremente nesse mundo, sem encontrar uma vida plena, pelo menos...
Aquele que se quiser perceber com clareza deve se abrir a um confidente, escolhido livremente e merecedor de tal confiança.
Ouça todas a conversas desse mundo, tanto entre nações quanto entre casais. São, na maior parte, diálogos entre surdos.
Paul Tournier.

sábado, 11 de setembro de 2010

Nosso lado sombrio.

O conflito entre quem somos e quem queremos ser encontra-se no âmago da luta humana. A dualidade, na verdade, está no centro da experiência humana. A vida e a morte, o bem e o mal, a esperança e a resignação coexistem em todas as pessoas e manifestam sua força em todas as facetas da vida.

Se sabemos o que é a coragem, é porque experimentamos o medo; se podemos reconhecer a honestidade, é porque já encontramos a falsidade. No entanto, a maioria de nós nega ou ignora nossa natureza dualista. Possuímos sentimentos tão naturais como o amor e a raiva; mas temos muita dificuldade em aceitar o segundo sentimento, pois acreditamos que é errado, é feio, ou pecado como um conceito religioso. E durante nossa vida toda vamos aprendendo a reprimi-lo de nossa consciência. Vamos aprendendo a viver somente um lado nosso que é aceito socialmente, um lado bonzinho, onde procuramos ser aceitos pelas pessoas.

Esse sentimento de raiva que é natural no ser humano, que faz parte da nossa natureza. Sendo uma defesa física instintiva, pois quando estamos em perigo nosso organismo nos protege, liberando uma grande carga de adrenalina que vai para nossa musculatura em resposta a um ataque eminente externo. Esses sentimentos de raiva, agressividade que é natural no ser humano ficam reprimidos no inconsciente. Ai, reprimidos que eles se tornam perigosos, porque vão acumulando como água em uma represa procurando uma saída para a consciência.

Caso estejamos vivendo sob a suposição de que somos apenas de um jeito ou de outro, dentro de um espectro limitado de características humanas, precisamos questionar por que, atualmente, muitos de nós estamos insatisfeitos com a nossa vida.

Fomos condicionados a temer o lado obscuro da vida, assim como o nosso.

Negá-la apenas conduz a mais dor, sofrimento, tristeza. Quando negamos nosso lado sombrio, ela continua tendo uma vida paralela, e, muitas vezes acaba tomando e controlando nossa personalidade.

Então nosso lado sombrio passa a tomar as decisões, tirando-nos o direito a escolhas conscientes, seja quanto ao que comemos, ao tanto que gastamos ou aos vícios a que sucumbimos. Nosso lado sombrio nos incita a agir de forma que jamais imaginamos e a desperdiças a energia vital em maus hábitos e comportamentos repetitivos.

Negar os sentimentos e nossos comportamentos reprimidos na sombra deixá-los simplesmente escondidos de nos mesmos, eles ficam mais fortes e potencializados. Como toda energia reprimida, é natural que ela busque uma saída, uma vazão, nesse caso para nossa consciência.

A obscuridade interior nos impede de expressar inteiramente o nosso eu verdadeiro, de falar nossa verdade e viver uma vida autêntica. Somente ao aceitar nossa dualidade é que nos libertamos dos comportamentos que poderão nos levar para baixo. Se não reconhecermos integralmente quem somos, é certo que seremos tomados de assalto pela nossa sombra reprimida.

É como que tivéssemos que conviver com uma pessoa obscura, sombria ao nosso lado durante toda nossa existência. Um lado nosso obscuro, desconhecido como se fosse uma sombra que estivesse pedindo para ser olhado, aceito e amado. Pois é um lado nosso desprezado e rejeitado por nos mesmos. Solicitando nossa atenção, nosso olhar, pois ela esconde muitos sentimentos não aceitos, mas também possui muita riqueza e força.

Precisamos olhar para dentro de nos mesmos e encontrar nossa parte perdida e cindida.

Pois nossa psique esta sempre buscando integrar nossa personalidade. Pois vivemos uma vida paralela, fragmentada e fragilizada por estarmos cindidos de uma parte de nos.

E muitas vezes buscamos preencher em coisas externas, riquezas, posição social, poder e em relacionamentos.

Pois precisamos nos conhecer profundamente, gostar de nos como somos, dos defeitos e das qualidades, porque vivemos 24 horas apenas conosco mesmo.

Um comentário:

  1. Conhecer nosso lado sombrio, mas ao mesmo tempo eliminá-lo, aos poucos, na medida do possível, não é isso?

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