Tratamento de Ansiedade em Campinas.
Há autores que definem a era moderna como a Idade da Ansiedade,
associando a este acontecimento psíquico a agitada dinâmica existencial
da modernidade; sociedade industrial, competitividade, consumismo
desenfreado e assim por diante.
Diz-se que a simples participação da pessoa na sociedade
contemporânea já preenche, por si só, um requisito suficiente para o
surgimento da
Ansiedade. Portanto, viver ansiosamente passou a
ser considerado uma condição do homem moderno ou um destino comum ao
qual todos estamos, de alguma maneira, atrelados.
Com certeza, até por uma questão biológica, podemos dizer que a
Ansiedade
sempre esteve presente na jornada humana, desde a caverna até a nave
espacial. A novidade é que só agora estamos dando atenção à quantidade,
tipos e efeitos dessa
Ansiedade sobre o organismo e sobre o psiquismo humanos.
Nosso potencial ansioso sempre se manteve fisiologicamente presente e
sempre carregando consigo o sentimento do medo, sua sombra inseparável.
É muito difícil dizer se era diferente o estresse (esta revolução
orgânica e psíquica) que acometia o homem das cavernas diante de um urso
invasor de sua morada, daquilo que sente hoje um cidadão comum diante
do assaltante que invade seu lar. Provavelmente não.
Faz parte da natureza humana certos sentimentos determinados pelo
perigo, pela ameaça, pelo desconhecido e pela perspectiva de sofrimento.
A
Ansiedade passou a ser objeto de distúrbios quando o ser
humano colocou-a não a serviço de sua sobrevivência, como fazia antes,
mas a serviço de sua existência, com o amplo leque de circunstâncias
quantitativas e qualitativas desta existência.
Assim, o estresse passou a ser o representante emocional da
Ansiedade,
a correspondência psíquica de toda movimentação que o estresse causa na
pessoa. O fato de um evento ser percebido como estressante não depende
apenas da natureza do mesmo, como acontece no mundo animal, mas do
significado atribuído à este evento pela pessoa, de seus recursos, de
suas defesas e de seus mecanismos de enfrentamento.
Isso tudo diz respeito mais à personalidade que aos eventos do
destino em si. Isso quer dizer que no mundo animal, um cachorro
representa para o gato um estímulo estressante preciso e definido: um
cachorro realmente. No ser humano, um elevador pode representar um
elevador mesmo, se a pessoa não tem ansiedade patológica, ou um estímulo
bastante estressor, se a pessoa tiver claustrofobia.
Gráfico - Embora a Ansiedade favoreça a performance e a
adaptação, ela o faz somente até certo ponto, até que nosso organismo
atinja um máximo de eficiência. À partir de um ponto excedente a
Ansiedade, ao invés de contribuir para a adaptação, concorrerá
exatamente para o contrário, ou seja, para a falência da capacidade
adaptativa.
Em nossos ancestrais o mecanismo da
ansiedade-estresse foi
destinado à sobrevivência da espécie diante dos perigos próprios da luta
pela vida, como acontece com qualquer animal acima dos répteis na
escala filogenética. Era um mecanismo útil no caso das ameaças de
animais ferozes, das guerras tribais, das intempéries climáticas, da
busca pelo alimento, da luta pelo espaço geográfico, etc.
No ser humano moderno, apesar dessas ameaças não mais existirem em
sua plenitude, tal como existiram outrora, o equipamento biológico da
ansiedade-estresse
continuou existindo. Apesar dos perigos primitivos e concretos não
existirem mais com a mesma freqüência, persistiu em nossa natureza a
capacidade de reagirmos ansiosamente diante das ameaças.
Com a civilidade do ser humano, outros perigos apareceram e ocuparam o
lugar daqueles que estressavam nossos ancestrais arqueológicos. Hoje em
dia tememos a competitividade social, a segurança, a competência
profissional, a sobrevivência econômica, as perspectivas futuras e mais
uma infinidade de ameaças abstratas e reais. Enfim, tudo isso passou a
ter o mesmo significado de ameaça e de perigo que as questões de pura
sobrevivência à vida animal que assombravam nossos ancestrais.
Na antigüidade tais ameaças eram concretas e a pessoa tinha um
determinado objeto real à combater (fugir ou atacar), localizável no
tempo e no espaço, hoje em dia esse objeto de perigo vive dentro de nós.
As ameaças vivem, dormem e acordam conosco.
Se, em épocas primitivas o coração palpitava, a respiração ofegava e a
pele transpirava diante de um animal feroz a nos atacar, se ficávamos
estressados diante da invasão de uma tribo inimiga, hoje em dia nosso
coração bate mais forte diante do desemprego, dos preços altos, das
dificuldades para educação dos filhos, das perspectivas de um futuro
sombrio, dos muitos compromissos econômicos cotidianos e assim por
diante. Como se vê, hoje nossa
Ansiedade é contínua e crônica. Se a adrenalina antes aumentava só de vez em quando, hoje ela está aumentada quase diariamente.
A
Ansiedade aparece em nossa vida como um sentimento de
apreensão, uma sensação de que algo está para acontecer, ela representa um contínuo
estado de alerta
e uma constante pressa em terminar as coisas que ainda nem começamos.
Desse jeito, nosso domingo têm uma apreensão de segunda-feira e a pessoa
antes de dormir já pensa em tudo que terá de fazer quando o dia
amanhecer. É a corrida para não deixar nada para trás, além de nossos
concorrentes. É um
estado de alarme contínuo e uma prontidão para o que der e vier.
No ser humano o conflito parece ser essencial ao desenvolvimento da
Ansiedade.
Em nosso cotidiano, sem termos plena consciência, experimentamos um
sem-número de pequenos conflitos, interpessoais ou intrapsíquicos; as
tensões entre ir e não ir, fazer e não fazer, querer e não poder, dever e
não querer, poder e não dever, a assim por diante. Portanto, motivação
fisiológica para o aparecimento da
Ansiedade existe de sobra.
A
Ansiedade pode se manifestar em três níveis:
neuroendócrino, visceral e de consciência. O nível neuroendócrino diz
respeito aos efeitos da
adrenalina, noradrenalina, glucagon, hormônio anti-diurético e cortisol. No plano visceral a
Ansiedade corre por conta do
Sistema Nervoso Autônomo
(SNA), o qual reage se excitando o organismo na reação de alarme
(sistema simpáticoto) ou relaxando (sistema vagal) nas fase de
esgotamento.
Cognitivamente a
Ansiedade se manifesta por dois sentimentos desagradáveis:
1- através da consciência das sensações fisiológicas de sudorese,
palpitação, inquietação e outros sintomas autossômicos (do sistema
nervoso autônomo);
2- através da consciência de estar nervoso ou amedrontado.
Os padrões individuais de
Ansiedade variam amplamente.
Alguns pacientes têm sintomas cardiovasculares, tais como palpitações,
sudorese ou opressão no peito, outros manifestam sintomas
gastrointestinais como náuseas, vômito, diarréia ou vazio no estômago,
outros ainda apresentam mal-estar respiratório ou predomínio de tensão
muscular exagerada, do tipo espasmo, torcicolo e lombalgia. Enfim, os
sintomas físicos e viscerais variam de pessoa para pessoa.
Psicologicamente a
Ansiedade pode monopolizar as atividades psíquicas e comprometer, desde a atenção e memória, até a interpretação fiel da realidade.
Assim sendo, considerando a nossa necessidade fisiológica de nos adaptarmos às diversas circunstâncias através da
Ansiedade, falamos em
Ansiedade Normal. Por outro lado, falamos também da
Ansiedade Patológica
como uma forma de resposta inadequada, em intensidade e duração, à
solicitações de adaptação. Um determinado estímulo (interno ou externo)
funcionando como uma convocação de alarme continuamente, por exemplo,
pode favorecer o surgimento da
Ansiedade Patológica.
Tratamento de Ansiedade em Campinas.