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Campinas, São Paulo, Brazil
Psicólogo Clínico Junguiano com formação pela Unicamp, terapia corporal Reichiana, Hipnoterapeuta com formação em Hipnose Ericksoniana com Stephen Gilligan.E outras formações com Ericksonianos: Ernest Rossi, Teresa Robles, Betty Alice Erickson. Formação em Constelação Familiar Sistémica pelo Instituto de Filosofia Prática da Alemanha. Uma rica e inovadora terapia divulgada em toda Europa. Professor de Hipnoterapia, além de ministrar cursos de Auto-conhecimento como Eneagrama da Personalidade e Workshop de Constelação Familiar Sistémica em todo o Brasil. Clínica em Campinas-SP. Rua Pilar do Sul, 173 Chácara da Barra. Campinas-SP F.(19) 997153536

Uma relação de ajuda

Como é bela, intensa e libertadora é a experiência de se aprender a ajudar o outro. É impossível descrever-se a necessidade imensa que têm as pessoas de serem realmente ouvidas, levadas a sério, compreendidas.
A psicologia de nossos dias nos tem, cada vez mais, chamado a atenção para esse aspecto. Bem no cerne de toda psicoterapia permanece esse tipo de relacionamento em que alguém pode falar tudo a seu próprio respeito, como uma criança fala tudo "a sua mãe.
Ninguém pode se desenvolver livremente nesse mundo, sem encontrar uma vida plena, pelo menos...
Aquele que se quiser perceber com clareza deve se abrir a um confidente, escolhido livremente e merecedor de tal confiança.
Ouça todas a conversas desse mundo, tanto entre nações quanto entre casais. São, na maior parte, diálogos entre surdos.
Paul Tournier.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A estrutura Esquizóide

À primeira estrutura de caráter dá-se o nome de estrutura esquizóide. Nesse caso, a primeira experiência traumática registrou-se antes do nascimento ou por ocasião dele, ou ainda nos primeiros dias de vida. O trauma costuma centrar-se ao redor de alguma hostilidade recebida diretamente de um pai, como a raiva de um dos pais, o pai que não deseja o filho, ou ainda o trauma durante o processo de nascimento – como a mãe que se desliga emocionalmente do filho, fazendo-o sentir-se abandonado. A série de eventos dessa natureza é grande; um ligeiro desligamento entre mãe e filho pode ser muito traumático para o filho, e pode não surtir efeito nenhum sobre outro. Isso se relaciona com a natureza da alma que chega e com a tarefa que ela escolheu para si nesta vida.
A defesa energética natural empregada contra o trauma nesta vida consiste simplesmente em retroceder para o mundo do espírito, do qual a alma esta chegando. A defesa é desenvolvida e usada por este tipo de estrutura de caráter, até se tornar muito fácil, recuando a pessoa simplesmente para algum lugar distante, dentro do mundo do espírito. Essa defesa torna-se habitual, e a pessoa a utiliza em qualquer situação em que se sinta ameaçada. Para compensar a defesa representada pela fuga, ela procura manter-se coesa no nível da personalidade. Sua falha básica é o medo – medo de não ter o direito de existir. Na interação com outros, sejam esses outros o terapeuta ou amigos, ela falará numa linguagem despersonalizada, em termos absolutos, e tenderá a intelectualizar-se, o que só corrobora a experiência de estar separada da vida e a de não existir verdadeiramente.
Pessoas com caracteres esquizóides deixam seus corpos com facilidade e fazem-no até regularmente. No nível do corpo, o resultado é um corpo que parece uma combinação de peças, não firmemente unidas nem integradas. Altas e magras de ordinário, essas pessoas em alguns casos, têm corpos pesados. A tensão do corpo tende a fazer sentir-se em anéis ao redor do corpo. As juntas geralmente são fracas e o corpo descoordenado, com mãos e pés frios. A pessoa, usualmente hiperativa, é destituída de base. A obstrução maior de energia dá-se no pescoço, perto da base do crânio, muitas vezes se nota uma torcedura na espinha, causada por uma torcedura habitual que a afasta da realidade material na medida em que a pessoa voa para fora do corpo. O corpo tem pulsos, tornozelos e panturrilhas fracos e magros e, por via de regra, não está ligado ao chão. Um dos ombros pode ser maior do que o outro. A cabeça, muitas vezes, mantém-se inclinada de um lado, com uma expressão vaga no olhar, como se a pessoa estivesse, parcialmente, em outro lugar. Como bebê, o caráter esquizóide sentiu a hostilidade direta pelo menos de um dos pais, dos quais dependia a sua sobrevivência. Essa experiência deu inicio ao seu terror existencial, o terror do aniquilamento.
O caráter esquizóide encontra liberação do terror do aniquilamento quando, adulto, compreende que esse terror está agora mais relacionado com sua fúria interior do que com qualquer coisa. A fúria provém do fato de que ele continua a experimentar o mundo como um lugar muito frio, hostil, em que o isolamento é imposto a quem deseja sobreviver.
Debaixo dessa fúria está a grande dor de saber que a pessoa de uma ligação afetuasa e nutritiva com outros humanos; em muitos casos, porém, ela não foi capaz de criá-la em sua vida.
O que a aterroriza é que sua própria fúria a faça explodir em pedaços, que se espalharão pelo universo. O segredo para ela é enfrentar a fúria aos pouquinhos, sem precisar voar para longe a fim de defender-se. Se puder permanecer firme e deixar que o terror e a fúria se vão, libertará a dor interior e o anseio por ligar-se a outros e preparar um lugar para ingresso do amor a si mesma, que demanda prática. Todos nós precisamos dele, seja qual for a combinação de estruturas de caráter que sejamos. O amor a nós mesmos provém do fato de vivermos de maneira que não nos traiam. Vem do vivermos de acordo com a nossa verdade interior, seja ela qual for. Vem do não nos trairmos.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Estrutura de caráter

Estrutura de caráter é uma expressão que inúmeros psicoterapeutas do corpo utilizam para descrever tipos físicos e psicológicos de pessoas. Depois de muita observação e estudo, Wilhelm Reich chegou à conclusão de que a maioria das pessoas que ele tratou poderia ser incluída em cinco categorias maiores. Reich descobriu que as pessoas com experiências de infância semelhantes e relações entre pais e filhos também semelhantes tinham corpos semelhantes.
Também descobriu que as pessoas com corpos semelhantes tinham uma dinâmica psicológica básica semelhante. Essa dinâmica dependia não só dos tipos de relações entre pais e filhos, mas também da idade em que a criança experimenta a vida, pela primeira vez, tão traumaticamente que começa a obstruir os sentimentos, e por conseguinte, o fluxo de energia e a desenvolver o sistema de defesa que se lhe tornará habitual. Um trauma experimentado no útero será energeticamente bloqueado ou defendido de maneira muito diferente de um trauma experimentado na fase oral do crescimento, no treinamento para vestir-se ou no período de latência. Isso é natural, porque o individuo e o seu campo é muito diferente nos diferentes estágios da vida.