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Campinas, São Paulo, Brazil
Psicólogo Clínico Junguiano com formação pela Unicamp, terapia corporal Reichiana, Hipnoterapeuta com formação em Hipnose Ericksoniana com Stephen Gilligan.E outras formações com Ericksonianos: Ernest Rossi, Teresa Robles, Betty Alice Erickson. Formação em Constelação Familiar Sistémica pelo Instituto de Filosofia Prática da Alemanha. Uma rica e inovadora terapia divulgada em toda Europa. Professor de Hipnoterapia, além de ministrar cursos de Auto-conhecimento como Eneagrama da Personalidade e Workshop de Constelação Familiar Sistémica em todo o Brasil. Clínica em Campinas-SP. Rua Pilar do Sul, 173 Chácara da Barra. Campinas-SP F.(19) 997153536

Uma relação de ajuda

Como é bela, intensa e libertadora é a experiência de se aprender a ajudar o outro. É impossível descrever-se a necessidade imensa que têm as pessoas de serem realmente ouvidas, levadas a sério, compreendidas.
A psicologia de nossos dias nos tem, cada vez mais, chamado a atenção para esse aspecto. Bem no cerne de toda psicoterapia permanece esse tipo de relacionamento em que alguém pode falar tudo a seu próprio respeito, como uma criança fala tudo "a sua mãe.
Ninguém pode se desenvolver livremente nesse mundo, sem encontrar uma vida plena, pelo menos...
Aquele que se quiser perceber com clareza deve se abrir a um confidente, escolhido livremente e merecedor de tal confiança.
Ouça todas a conversas desse mundo, tanto entre nações quanto entre casais. São, na maior parte, diálogos entre surdos.
Paul Tournier.

domingo, 11 de agosto de 2013

Narcisismo III

ESPELHO DE DUAS FACES
Não raro, pessoas com traços narcísicos marcantes se colocam em situações que prejudicam a si próprias. Os resultados de um estudo desenvolvido pelo psicólogo W. Keith Campbell e seus colegas da Universidade da Geórgia mostraram que o narcisismo está vinculado à tomada confiante de decisões, embora isso muitas vezes ocorra de forma precipitada – como ao apostar em projetos pessoais de maneira imprudente. Em outro trabalho, os pesquisadores relacionam a característica à infidelidade e à impulsividade. Pessoas muito voltadas para si mesmas também podem ser propensas à agressão, especialmente após receberem insultos. Um estudo conduzido pelos psicólogos Brad J. Bushman, da Universidade Estadual de Ohio e Roy F. Baumeister, da Universidade Estadual da Flórida, indicou que estudantes universitários considerados narcisistas têm grande probabilidade de agir de forma vingativa e intempestiva contra quem os ofendeu. Os cientistas pediram a um participante (na verdade, um pesquisador disfarçado) que criticasse um texto escrito pelos alunos, o que foi recebido por eles como uma ofensa. Os pesquisadores entenderam que a crítica negativa foi encarada pelos voluntários como uma ameaça ao próprio ego, não como se fosse um trabalho desvalorizado, mas como se eles mesmos tivessem sido profundamente atacados.

Já o psicólogo Paul Nestor, professor da Universidade de Massachusetts, Boston, ressaltou que pessoas com características intensas do transtorno de personalidade narcisista têm forte risco de passar por situações de violência e desenvolver também o transtorno de personalidade antissocial, relacionado a atos irresponsáveis e, em casos extremos, à prática criminosa. Comportamentos autodestrutivos também podem decorrer do desespero de pessoas narcisistas que deixam de ter seu potencial reconhecido pelos outros. Em um estudo de 2009, uma equipe liderada pelo psicólogo Aaron L. Pincus, da Universidade do Estado da Pensilvânia, relacionou características do narcisismo patológico com tentativas de suicídio. Dados de 2011 apontam que egocêntricos vulneráveis (não os pretensiosos) correm mais riscos de machucar a si mesmos, às vezes de maneira inconsciente, ter pensamentos suicidas e até se automutilar – o que pareceria contraditório para alguém que se valoriza tanto, se na base desses sintomas não estivesse uma enorme fragilidade psíquica.

Por outro lado, uma pesquisa de 2009 conduzida pela psicóloga Amy B. Brunell, da Universidade do Estado de Ohio, em Newark, apontou que pessoas com característica narcísica rapidamente emergem como líderes em discussões de grupo e nas redes sociais, apresentando maior probabilidade de alcançar posições de destaque, por sua atitude carismática, propostas eficazes e criativas.  O problema nesse caso, é que, dependendo do grupo, líderes excessivamente voltados para si próprios podem inibir seguidores potenciais – e nem mesmo notar que provocam essa reação. O psicólogo Timothy A. Judge e seus colaboradores da Universidade da Flórida demonstraram que estudantes de um programa de gestão considerados narcisistas tendiam a se perceber como ótimos líderes, embora outras pessoas não os julgassem tão bem.

As vantagens de ser voltado aos próprios interesses, porém, se estendem além da liderança. Em um estudo publicado em 2011, o psicólogo Peter D. Harms e seus colegas da Universidade de Nebraska-Lincoln mostraram que pessoas consideradas narcisistas costumam se destacar em entrevistas de emprego simuladas, geralmente devido à habilidade de se autopromover. Esses resultados estão de acordo com outra pesquisa feita em 2006 por pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia. Os cientistas apontaram elevado grau de narcisismo em celebridades, comparadas com a população em geral. Considerar esses resultados pode nos levar a pensar que, apesar de a admirável capacidade de autopromoção de narcisistas pretensiosos possa ser incômoda para muitos que os rodeiam, é possível aprender com essa característica. Talvez, sustentar-se no centro do universo realmente seja cansativo demais, mas manter-se no controle da própria vida, sem a obrigação de brilhar em tempo integral, pode trazer muita satisfação.

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